Com UTIs pressionadas e aumento expressivo de SRAG entre crianças, município adota medidas emergenciais por 180 dias 361m3s
Araxá enfrenta um cenário preocupante na área da saúde pública. Nesta sexta-feira (23), a prefeitura decretou situação de emergência em saúde pública após um aumento significativo de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), especialmente entre crianças. O Decreto Municipal nº 2.877/2025 autoriza a adoção de uma série de medidas para evitar o colapso do sistema de atendimento hospitalar.
Segundo dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde, o número de atendimentos por SRAG não relacionados à Covid-19 aumentou de 136 em fevereiro para 208 em abril — um crescimento de mais de 40% em apenas dois meses. O avanço dos casos está relacionado a um possível surto de vírus sazonais como Influenza e Vírus Sincicial Respiratório (VSR), comuns nesta época do ano, mas que neste momento têm provocado impacto acima do esperado na rede hospitalar local.
A pressão maior se dá nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), onde a taxa de ocupação, especialmente de leitos pediátricos, tem se mantido elevada. Há relatos de sobrecarga nos atendimentos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e dos serviços de urgência conveniados.
Com a situação declarada como emergencial, a istração municipal poderá dispensar licitação para aquisição de insumos, contratar profissionais em regime emergencial, requisitar leitos da rede privada e reorganizar os fluxos de atendimento. A testagem para vírus respiratórios deverá ser agilizada, assim como ações de vacinação e campanhas educativas.
O decreto tem validade de 180 dias e, segundo a prefeitura, baseia-se em evidências epidemiológicas e recomendações técnicas. A Secretaria Municipal de Saúde será a responsável por coordenar todas as ações previstas e editar normas complementares.
Nos bastidores, profissionais da área de saúde apontam que o aumento de casos já vinha sendo observado há semanas e que a pressão nas unidades de saúde é intensa. Ainda assim, há cobrança por respostas mais ágeis, especialmente quanto à ampliação de leitos e reforço na atenção básica, como forma de reduzir a procura por atendimentos de urgência.
A expectativa é de que, com a formalização da emergência, medidas práticas comecem a ser implementadas com mais rapidez. O cenário atual reforça também a importância da vacinação contra a gripe e outras doenças respiratórias — que, segundo profissionais da saúde, ainda enfrenta baixa adesão entre parte da população.
A população é orientada a procurar as unidades de saúde diante dos primeiros sintomas e evitar a automedicação. A atenção redobrada a grupos de risco, como crianças pequenas, idosos e pessoas com comorbidades, é fundamental neste momento crítico.